terça-feira, 15 de março de 2011

Luto (xi)

O luto e o modo saudável de auxiliar os sobreviventes de suicídio
Como se pode ajudar?

Trabalhe em conjunto com pessoas que possam apoiá-los

Os amigos e a família de alguém que se suicidou não deve sofrer sozinhos e em silêncio. Como meio de ajudá-los pode-se tentar juntar outras pessoas, que saibam acolher e ouvir, para que eles atravessem o período de luto e dor bem acompanhados, de modo a amenizar o trauma.

A experiência da dor do luto tem origem no amor que temos pelas pessoas. Os sobreviventes de suicídio passarão por esta experiência e precisam mesmo vivenciar o luto. É importante lembrar, no entanto, que a tarefa de auxiliá-los em sua recuperação não é fácil. Você poderá ter que dispor de mais tempo, de mais carinho e atenção. Mas tudo isso valerá a pena, pode acreditar! 

quarta-feira, 9 de março de 2011

Luto (x)

O luto e o modo saudável de auxiliar os sobreviventes de suicídio
Como se pode ajudar?

Respeite a fé e a espiritualidade

Os sobreviventes poderão, em algum momento, comentar sobre seus sentimentos de fé e espiritualidade. Se a fé faz parte da vida deles deixe-os expressar isso da maneira que achar mais correta. Se eles estiverem indignados com Deus, encoraje-os a falar sobre o assunto. Lembre-se que ter raiva, mesmo que dirigida à divindade,  demonstra haver um vínculo com o sagrado. Não faça julgamentos, seja um amigo compreensivo e atencioso.

Os sobreviventes podem também questionar a própria religião, por sentirem que a mesma afetou negativamente suas vidas. Pode ter lhes sido ensinado que as pessoas que acabam com a sua própria vida irão para o inferno. A sua tarefa não é debater teologia, mas ouvir e aprender. Em qualquer situação a sua presença e o seu desejo de escutar sem críticas são o meio mais seguro de auxiliar. 

segunda-feira, 7 de março de 2011

Luto (ix)

O luto e o modo saudável de auxiliar os sobreviventes de suicídio
Como se pode ajudar?

Referindo-se ao falecido 

Use o nome da pessoa que faleceu quando falar com os sobreviventes de suicídio. Ouvir esse nome pode ser reconfortante, pois é um meio de se confirmar que esta pessoa especial, que tanto significou na vida deles, está viva na lembrança de muitos. 

Luto (viii)

O luto e o modo saudável de auxiliar os sobreviventes de suicídio
Como se pode ajudar?

Incentivo à participação em um grupo de apoio 

Os grupos de apoio ou de ajuda mútua são uma das melhores maneiras de ajudar os sobreviventes de suicídio. Num grupo os sobreviventes podem conversar com pessoas que uma experiência similar. Neste ambiente acolhedor todos se sentem à vontade para contar suas histórias da maneira como se sentem melhor.  Ajude um sobrevivente a buscar um grupo de apoio, pois 
isso lhes fará muito bem. 

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Luto (vii)

O luto e o modo saudável de auxiliar os sobreviventes de suicídio
Como se pode ajudar?

Esteja atento aos feriados e datas comemorativas

Para os sobreviventes de suicídio, as ocasiões especiais como os feriados, os aniversários e outras datas comemorativas podem se tornar momentos difíceis. Estas ocasiões enfatizam a ausência da pessoa que faleceu. Respeite essa fase em que tão intensamente se manifesta a dor da perda,  previsível nestes momentos ainda marcados pelo processo de luto. Nunca tente diminuir essa dor, seja por que meios.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Luto (vi)

O luto e o modo saudável de auxiliar os sobreviventes de suicídio
Como se pode ajudar?

Compreenda a Singularidade da Dor do Suicídio

Lembre-se que o sofrimento dos sobreviventes de suicídio é único. Ninguém sente a morte de alguém que amou exatamente da mesma maneira. É possível falar com outras pessoas, que também passaram por situações idênticas, sobre algumas fases semelhantes, mas todas as pessoas são diferentes e passaram por experiências de vida singulares.

Porque a experiência do luto é única, seja paciente. Todo processo do luto tem o seu ritmo próprio; deixe que seu amigo vivencie o seu luto no tempo próprio. Não critique o comportamento dele. Lembre-se que a morte por suicídio de alguém próximo e vinculado afetivamente é uma experiência muito dolorosa. Como resultado dessa morte, a vida do seu amigo se encontra em lenta reconstrução.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Luto (v)

O luto e o modo saudável de auxiliar os sobreviventes de suicídio
Como se pode ajudar?

Respeite a necessidade do luto

O sofrimento dos pais, irmãos, avós, tios, cônjuges e filhos das pessoas que cometeram o suicídio é frequentemente ignorado. Qual a razão disso? Por conta do gênero de morte, desaprovado socialmente, tudo costuma ser mantido em segredo. Porém, se não se pode falar da morte abertamente, as feridas da perda, que tantos sofrimentos trazem, dificilmente serão curadas.



Você, talvez, seja a única pessoa próxima dos sobreviventes. Na condição de amigo atencioso e discreto, faça valer a sua presença e demonstre a disposição de acolher e ouvir, pois este simples gesto é a base para o processo de recuperação. Permita que os sobreviventes se expressem, mas sem forçá-los. Provoque, levemente, a conversação, mas saiba esperar a reação. Aguarde um sinal positivo deles em se expressarem mais abertamente e demonstre estar disposto a partilhar seus pensamentos e sentimentos.
 

domingo, 30 de janeiro de 2011

Luto (iv)

O luto e o modo saudável de auxiliar os sobreviventes de suicídio

Como se pode ajudar?

Seja compassivo

Deixe seu amigo expressar livremente os sentimentos dele sem qualquer receio de crítica. Ouça e busque aprender algo a partir de sua experiência. Não dê instruções ou explicações de como ele deve se comportar. Nunca diga: “Eu sei como você se sente”. Não sabe. Pense no seu papel como alguém que “caminha ao lado”, não “atrás“ ou “à frente”.

Familiarize-se com o imenso conjunto de emoções que os sobreviventes de suicídio experimentam. Permita que o seu amigo sinta todo o sofrimento, tristeza e dor que ele estar experimentando no momento. E reconheça que as lágrimas são a expressão apropriada e natural associada à perda.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O luto (iii)

O luto e o modo saudável de auxiliar os sobreviventes de suicídio

Como se pode ajudar?

Evite explicações simplistas e frases feitas

Frases feitas (clichês) podem constranger profundamente um sobrevivente de suicídio, seja por tentar amenizar o sentimento de perda, de maneira equivocada, seja por  fornecer soluções simplórias para situações muito difíceis.

Não são nada construtivos os comentários como “O tempo curará todas as feridas” ou “Pense nas coisas boas da vida”ou “Você tem que ser forte e pensar nos que ficaram”. Pelo contrário, magoam e tornam o processo do luto mais complicado.

Evite fazer julgamentos ou dar explicações simplistas sobre a ocorrência do suicídio. Não cometa o erro de dizer que a pessoa que se suicidou “não estava consciente; não sabia o que estava fazendo”, pois equivale a dizer que “o ente amado” do sobrevivente estava “louco”,  complicando ainda mais a situação.

Os sobreviventes de suicídio precisam de ajuda, mas precisam contar com os seus próprios recursos para tentar entender o que aconteceu. A procura pessoal de significado e compreensão da morte é o que realmente importa.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Grupo de apoio - a experiência dos portugueses radicados nos EUA

Grupo de apoio a sobreviventes de suicídio reúne-se no Sport Club Português

Toda a 3ª quinta-feira do mês, das 5:00 pm às 7:00 pm, nas instalações do Sport Club Português, na 55 Prospect St., no Bairro do Ironbound, em Newark (New Jersey), são realizadas reuniões do grupo de apoio para ajudar sobreviventes de suicídio. O que é um sobrevivente de suicídio? É alguém que perdeu um ente querido por suicídio.

A moderadora é M. Augusta Santos, uma sobrevivente de suicídio dedicada a criar um ambiente seguro e de apoio a outros sobreviventes. Aprender a continuar vivendo após a perda de um ente querido pode ser um processo emocional bastante difícil e doloroso, entretanto, juntar-se a um grupo de apoio pode representar o primeiro passo na jornada para a recuperação.

“Passar o meu primeiro feriado sem o John foi simplesmente insuportável. Eu encontrei apoio emocional  e reganhei forças ao juntar-me a grupos de apoio em minha comunidade. Não seu o que teria feito sem eles! Fui abençoada em me juntar a eles, falar e aprender com pessoas que me entendiam e que passaram pelo mesmo tipo de dor. Eu não estava sozinha em meu sofrimento”, disse Augusta.

“Através de sete diferentes grupos de apoio, aprendi algo novo, diferente e inspirador em cada um deles. Não estou sugerindo que as pessoas juntem-se a vários grupos; algumas pessoas juntam-se a somente um, outras três, enquanto outras nunca participaram de grupo algum”, acrescentou.

Sobreviver à perda por suicídio é mais intenso, severo e difícil que por causas naturais, por isso, o grupo é destinado aos falantes da língua portuguesa e visa evitar a barreira do idioma.

As reuniões não são terapêuticas, portanto, não substituem qualquer assistência profissional necessária. Esses encontros são confidenciais e gratuitos durante os quais os participantes poderão compartilhar suas experiências com outros que realmente compreendem o sofrimento.

Mais informações podem ser obtidas através do tel.: (908) 707-1699, falar com M. Augusta Santos, ou e-mail: masantos5@aol.com

Fonte: http://www.brazilianvoice.com/bv_noticias/bv_comunidade/39618-Grupo-apoio-sobreviventes-suicdio-rene--Sport-Club-Portugus.html
02/12/2009 - Leonardo Ferreira

O luto (ii)

O luto e o modo saudável de auxiliar um sobrevivente de suicídio

Como se pode ajudar?

Ouça com o coração

Dar assistência a sobreviventes de suicídio significa buscar romper o silêncio. O auxílio se inicia com a sua disposição de tornar-se um ouvinte ativo.

A sua presença e o seu desejo de escutar sem críticas ou julgamentos são ferramentas preciosas. O desejo de ouvir é a melhor ajuda para quem precisa falar.

Pensamentos e sentimentos do sobrevivente podem assustar e ser difíceis de compreender. Não se preocupe com o que você deve dizer. Concentre-se apenas nas palavras que estão sendo partilhadas.

O seu amigo pode repetir a mesma história sobre a morte vezes sem conta. Ouça atentamente, sem demonstrar enfado. Compreenda que esta repetição faz parte do processo de recuperação do seu amigo. Apenas escute e compreenda. E lembre-se que você não precisa ter as respostas para as perguntas dele. Ouvir é o que basta. 

O luto (i)

O luto e o modo saudável de auxiliar os sobreviventes de suicídio

O historiador Arnold Toynbee certa vez escreveu: “existem sempre duas partes na morte; a pessoa que morreu e os que sobreviveram”.

Infelizmente, muitos sobreviventes de suicídio sofrem sozinhos e silenciosamente. O silêncio que os rodeia complica a recuperação e mina suas forças justamente no momento inevitável de se enfrentar o sofrimento.

Por causa do estigma social que cerca o suicídio, os sobreviventes sentem a dor da perda, contudo sem saber como ou se deveriam expressar isso. O único modo de se recuperar, contudo, é vivenciar o sofrimento. Tal como outras pessoas que perderam alguém que amavam, os sobreviventes precisam falar, chorar e às vezes gritar, para se recuperarem.

Por conta do medo de não serem compreendidos, os sobreviventes se sentem frequentemente abandonados quando precisam desesperadamente de apoio incondicional,  de pessoas que os entendam.

Os sofrimentos percebidos pelos sobreviventes são multifacetados: a dor da perda da pessoa que faleceu;  a experiência de uma morte traumática, súbita, inesperada; a perplexidade, a solidão em face do luto, acrescido do fato de que raras pessoas costumam estar dispostas a compreender-lhes a dor que sentem.

Como se pode ajudar?

Para se ajudar um amigo ou um membro da família que passou pela experiência da morte por suicídio de alguém amado, será apresentado a seguir um guia de como é possível transformar cuidados e preocupações em ações verdadeiramente positivas.


Aceite a intensidade da dor


O sofrimento que se segue a um suicídio é sempre complexa. Os sobreviventes não “superam isso”. Porém,  com apoio e compreensão, eles podem se recuperar em face desta realidade.

Não se surpreenda com a intensidade do sofrimento deles.  Aceite que eles estão a enfrentar emoções fortes, como a culpa, o medo e a vergonha – sentimentos, todos eles, bem mais intensos que aqueles outros, vivenciados em outros tipos de morte.

Seja  paciente, compassivo e compreensivo.

Estudar para compreender, intervir, auxiliar (I)

Quando as famílias não conseguem fazer adequadamente o luto de suas perdas, não conseguem seguir em frente com as tarefas do viver. Mesmo uma perda traumática pode ser suportada desde que os membros da família possam aceitá-la e reestruturar seu relacionamento para seguir em frente com suas vidas. Uma família pode repetir por diversas gerações os padrões gerados por perdas em gerações anteriores que nem sequer foram conhecida.
Do livro Morte na Família: sobrevivendo às perdas, de Walsh e McGoldrick (Artmed, 1998).

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Estudo sobre a sobrevivência ao suicídio de familiares - dissertação de mestrado

Sobrevivendo ao suicídio: estudo sociológico com famílias de suicidas em Curitiba
Nei Ricardo de Souza, Mestrando em Sociologia (UFPR) – nrsouza@yahoo.com
José Miguel Rasia, Professor Orientador (UFPR) – jrasia@ufpr.br

Resumo 
A publicação de O Suicídio, de Durkheim, foi um marco na teoria sociológica, embora já existissem preocupações com este tema antes desta obra. Após seu surgimento outros autores se dedicaram a continuar este estudo. Via de regra uma abordagem estatística é adotada: busca-se estabelecer correlações entre a taxa de suicídios e outras variáveis sociais. Aqui o suicídio é tratado sob outro enfoque. O objeto de trabalho selecionado são os familiares de suicidas, que normalmente participam da vida da vítima e sobrevivem a ela para contar sua história. O objetivo almejado é, portanto, compreender como estes familiares reagem à perda de um parente que tirou a própria vida. Para isso emprego a entrevista não-diretiva com estes sujeitos. A partir desta coleta de dados foi possível compreender diversos aspectos das famílias onde sobrevêm casos de suicídio. O sentimento de culpa, a interação social com o suicida, as relações de poder e o papel da religião são alguns dos elementos analisados. A hipótese que norteou a pesquisa é que o discurso médico vincula o suicídio à existência de transtornos mentais e encobre outros discursos. Concluo que embora haja vários fatores que contribuem para o suicídio o discurso médico predomina e analiso possíveis razões para que isso aconteça.
Palavras-Chave: Suicídio; Sociologia da Saúde; Família.

Sobrevivendo ao suicídio: algumas sugestões imediatas


Jeri Livingstone
Sabemos que você e sua família estão abaladas pelo ocorrido. Mas você poderá sobreviver a esta grande perda. Acredite nisso!
Desde o primeiro momento, a sua mais alta prioridade deverá ser você!
Muito embora você tenha tido forças o suficiente para suportar os embates, em face das providências tomadas, das explicações a fornecer, do acolhimento aos outros familiares, das condolências recebidas, você necessita preservar sua saúde física e mental da melhor forma possível.
Algumas sugestões:
  • Cerque-se de amigos carinhosos e prestativos, que saibam que é melhor escutar do que dar conselhos.
  • Chorar é saudável. Beba muita água e dê vazão às lágrimas – elas são o meio que a natureza tem de se livrar das toxinas acumuladas pelo estresse. Em seguida, coma uma banana para repor o potássio que você perdeu ao chorar.
  • Durma tanto quanto puder; evite álcool e remédios em excesso.
  • Se tiver de dirigir, preste atenção! Você está distraído e se esquece facilmente das coisas e por isso, quando está ao volante pode correr riscos desnecessários, como pode também expor ao perigo os motoristas que compartilham a estrada com você.
  • Se você se sentir que está sendo vencido pela tristeza e pelas lágrimas, que lhe interrompem o trabalho ou outras atividades essenciais, tente fazer isto: Diga a si próprio: “eu não consigo chorar neste exato momento, mas tentarei numa outra hora (às 19, na hora de dormir, etc.) Isto pode lhe ajudar a atravessar a parte mais difícil, já que a tristeza não pode ser ignorada, mas pode ser adiada. Mantenha o momento escolhido – às 19 horas, por exemplo – vá para seu quarto, deite-se e chore até que não consiga mais chorar. Deste modo, você exercerá controle sobre sua dor e não o contrário. É mais fácil falar que fazer, mas vale tentar.
  • Peça ajuda. Mesmo que você não se sinta pronto para uma terapia individual ou de grupo, faça os contatos iniciais… Poderá ser confortante saber os tipos de terapia disponíveis para quando você estiver pronto. Se você se dispuser a procurar um terapeuta, ache um que tenha experiência com trauma e luto. Se um terapeuta não lhe der conforto, procure outro imediatamente.
  • Sobre partilhar detalhes do ocorrido ou responder às tantas perguntas que as pessoas costumam fazer… Você pode querer contar tudo o que aconteceu ou pode não se sentir à vontade para fornecer qualquer informação. Lembre-se: a decisão de informar ou não é somente sua! Você deve escolher quando, o quanto e com quem deseja partilhá-la. Se você se sentir pronto para comunicar o fato, poderá se surpreender ao saber que muitas outras pessoas também tiveram casos de suicídio em suas famílias e farão questão de compartilhar suas dores com você.
  • Conforme aprendi com Iris Bolton, seja paciente com você! Livre-se dos porquês, da raiva, da culpa… Tudo o que você está sentindo agora é natural. Não deixe ninguém dizer-lhe como sentir ou o que fazer. O luto é algo tão individual como nossas próprias impressões digitais… Encontre seu próprio caminho!
  • Agora é hora de seguir adiante. Guarde o seu ente querido em seu coração, em sua lembrança. E busque atravessar com coragem os novos dias que virão, que certamente hão trazer novos desafios e bênçãos. Por fim, é sempre saudável tentarmos viver um dia, uma hora, um minuto de cada vez.
Fonte: www.survivorsofsuicide.org/TipsForSurvivors.htm
Texto adaptado para nossa realidade e valores.
Tradução e revisão: Abel Sidney e Tania Shepperd