Encontros mensais são destinados a quem já tentou suicídio e a familiares de suicidas
Estudos apontam que a cada suicídio, cinco ou seis pessoas sofrem consequências emocionais ou sociais que podem causar sequelas pelo resto de suas vidas. Normalmente são familiares do suicida ou amigos muito próximos que podem sentir culpa, vergonha, tristeza ou outras emoções bastante marcantes e difíceis de se trabalhar. Devido ao tabu e preconceitos que ainda cercam o assunto, muitas dessas pessoas são discriminadas e perseguidas por amigos, vizinhos e colegas de trabalho ou escola, o que agrava seus traumas, inseguranças e sensação de solidão.
Com base nessa estatística o Grupo de Apoio aos Sobreviventes do Suicídio Anônimo – GASSA, iniciativa do CVV, afirma que se cerca de 32 brasileiros cometem o suicídio diariamente segundo dados do Ministério da Saúde, então, surgem por dia pelo menos 160 pessoas direta e fortemente impactadas por essas perdas.
Além deles, as próprias pessoas que tentaram o suicídio precisam de muito suporte. Não há dados muito específicos, mas estima-se que de cada vítima de suicídio, outras duas tentaram se matar, ou seja, são mais de 60 novos brasileiros nessa situação diariamente e são eles que formam o maior grupo de risco para o suicídio. Se, por um lado são pessoas com alto risco, ao mesmo tempo é um grupo bem definido e fácil de identificar.
Ao mesmo tempo, pessoas com histórico de suicídio na família também apresentam maior propensão a se matar. Conseguimos atender a esses dois importantes grupos simultaneamente: quem já tentou suicídio e os familiares.
O Grupo de Apoio tem por objetivo facilitar a troca de experiências e apoio emocional, permitindo a conversa aberta e anônima de pessoas que vivenciaram situações semelhantes. Esse modelo permite um ganho de qualidade de vida dos participantes e busca do equilíbrio emocional e mental, mas não elimina a necessidade do acompanhamento de profissionais da saúde.
O CVV possui experiência na prevenção do suicídio e apoio emocional há 52 anos e oferece essa nova opção de atendimento gratuito com base no conhecimento acumulado e em técnicas específicas para grupos de apoio a sobreviventes de suicídio.
Serviço
Grupo de Apoio aos Sobreviventes do Suicídio Anônimo – GASSA
Reuniões mensais: toda primeira quarta-feira do mês
Horário: das 19h30 às 21h30
Local: Rua Abolição, 411 – Bela Vista – São Paulo (próximo à Praça Pérola Byington)
Quem pode participar: pessoas que tentaram suicídio, e familiares e amigos de suicidas
Informações: 11 9 8318-9663 / gassaabolicao@gmail.com
Os encontros são confidenciais, sigilosos e gratuitos
Fonte: www.segs.com.br/saude/21834-cvv-cria-grupo-de-apoio-aos-sobreviventes-do-suicidio.html
Sobrevivendo ao suicídio
Blog destinado aos sobreviventes de suicídio, pessoas que vivenciam esta dolorosa ocorrência, que é a súbita partida de um ente querido por meio do autocídio. Espaço de reflexões, partilhas e acolhimento mútuo.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Depoimento corajoso de uma mãe
Uma pessoa que professa o espiritismo e que está vivenciando o luto pela partida intempestiva do seu filho toma a coragem de nos dar seu depoimento.
Todos sobrevivem ao suicídio. Tanto aquele que o busca como tentativa de aliviar suas dores, como aqueles que o conhecia e convivia. Todos sobrevivem porque a morte não existe. O que resulta de um ato dessa natureza são os escombros de uma grande onda que adentra a nossa casa e temos que arrumá-la novamente para continuar a nossa tarefa.
A Doutrina Espírita é o grande consolador de minha vida por me apresentar razões para todos os fatos que me acontecem. Ela é uma doutrina cristã, porque tem Jesus como Modelo e Guia e Ele nos disse que aliviaria quem o buscasse. Ele não disse que tiraria as nossas dores.
Quando um ente querido parte do nosso convívio através do suicídio, nos pega de tal forma desprevenidos que é como se o chão nos faltasse. Mas Deus na sua infinita misericórdia não nos deixa sem o amparo para atender as nossas dificuldades, pois Ele nos conhece, sabe das nossas dificuldades e das provas a que estamos submetidos.
Não sabemos quem são os Espíritos que estão reencarnados no nosso lar. Porque somos seres criados há milhares de anos, nascendo e morrendo inúmeras vezes, por bondade divina, para que se efetue o aprendizado necessário para atingirmos a perfeição a que estamos destinados.
O esquecimento das nossas existências passadas possibilita o ajuste que temos com as leis divinas e facilita principalmente a reconciliação com aqueles com quem temos compromissos ainda pendentes.
Já diz o ditado popular que o coração do outro é um chão onde ninguém pisa, atestando o desconhecimento dos sentimentos mais íntimos daqueles com quem convivemos em nossos lares.
Devemos desempenhar nosso papel do modo mais coerente com os ensinamentos de Jesus. Amar e perdoar sempre. Quando amamos realmente procurarmos fazer ao outro tudo o que é necessário.
A missão da mater/paternidade é fazer com que nossos filhos cheguem até Deus, conheçam as Suas leis e as vivam. Desde a tenra idade, devemos ter a preocupação com a correção das suas más tendências, proporcionando hábitos saudáveis e conhecimento compatível com sua idade. Por vezes se faz necessário o acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Precisamos estar atentos ao comportamento deles e, principalmente, devemos vivenciar os mesmos ensinamentos que desejamos que eles assimilem.
Isso tudo ainda não é garantia de que nosso filho não vá buscar a fuga da vida por meio do suicídio, porque não conhecemos as dores da alma que carrega consigo.
A Doutrina Espírita nos apresenta inúmeros casos de suicidas e nenhum deles é igual, porque cada um de nós é uma individualidade inconfundível.
Muitos dos nossos entes queridos já praticaram o suicídio em outras encarnações e voltam para cumprir a tarefa pendente. Mas carregam dores que não conseguem superar e não seguem adiante, desistindo. Outros angariaram tantos desafetos com atitudes intempestivas e estes o assediam, induzindo-os ao suicídio. Muitos são, portanto, os porquês de fugirem da vida.
Como passar por isso depois de 12 anos de dedicação por um filho do coração? Passado três meses é somente pela misericórdia divina que não nos desampara, que temos tido condição de tudo suportar, pois Deus não nos dá um fardo sem termos condições de carregá-lo. Isso não quer dizer que reencarnamos para que alguém seja nosso filho e em determinado momento retire-se da vida porque não aguentou mais. São as escolhas, as contingências... Não deveria ser assim. Não foi escrito. Havia, apenas, talvez, a possibilidade de terminar assim.
A Doutrina Espírita nos esclarece que o medo da morte é uma providência divina para que não saiamos dela com facilidade. Então, aquele que busca a aparente solução dos seus problemas mediante o suicídio, possui uma profunda dor e merecerá de nós que o amemos muito.
Que as nossas vibrações de amor o alcancem. Que os espíritos amigos os ampare e sustente na retomada da sua caminhada evolutiva. E não nos esqueçamos: se sua partida nos faz sofrer por ser um ente querido e próximo, ele é, antes de ter um grau de parentesco conosco, um filho do Criador, merecedor de todo nosso amparo e amor.
Todos sobrevivem ao suicídio. Tanto aquele que o busca como tentativa de aliviar suas dores, como aqueles que o conhecia e convivia. Todos sobrevivem porque a morte não existe. O que resulta de um ato dessa natureza são os escombros de uma grande onda que adentra a nossa casa e temos que arrumá-la novamente para continuar a nossa tarefa.
A Doutrina Espírita é o grande consolador de minha vida por me apresentar razões para todos os fatos que me acontecem. Ela é uma doutrina cristã, porque tem Jesus como Modelo e Guia e Ele nos disse que aliviaria quem o buscasse. Ele não disse que tiraria as nossas dores.
Quando um ente querido parte do nosso convívio através do suicídio, nos pega de tal forma desprevenidos que é como se o chão nos faltasse. Mas Deus na sua infinita misericórdia não nos deixa sem o amparo para atender as nossas dificuldades, pois Ele nos conhece, sabe das nossas dificuldades e das provas a que estamos submetidos.
Não sabemos quem são os Espíritos que estão reencarnados no nosso lar. Porque somos seres criados há milhares de anos, nascendo e morrendo inúmeras vezes, por bondade divina, para que se efetue o aprendizado necessário para atingirmos a perfeição a que estamos destinados.
O esquecimento das nossas existências passadas possibilita o ajuste que temos com as leis divinas e facilita principalmente a reconciliação com aqueles com quem temos compromissos ainda pendentes.
Já diz o ditado popular que o coração do outro é um chão onde ninguém pisa, atestando o desconhecimento dos sentimentos mais íntimos daqueles com quem convivemos em nossos lares.
Devemos desempenhar nosso papel do modo mais coerente com os ensinamentos de Jesus. Amar e perdoar sempre. Quando amamos realmente procurarmos fazer ao outro tudo o que é necessário.
A missão da mater/paternidade é fazer com que nossos filhos cheguem até Deus, conheçam as Suas leis e as vivam. Desde a tenra idade, devemos ter a preocupação com a correção das suas más tendências, proporcionando hábitos saudáveis e conhecimento compatível com sua idade. Por vezes se faz necessário o acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Precisamos estar atentos ao comportamento deles e, principalmente, devemos vivenciar os mesmos ensinamentos que desejamos que eles assimilem.
Isso tudo ainda não é garantia de que nosso filho não vá buscar a fuga da vida por meio do suicídio, porque não conhecemos as dores da alma que carrega consigo.
A Doutrina Espírita nos apresenta inúmeros casos de suicidas e nenhum deles é igual, porque cada um de nós é uma individualidade inconfundível.
Muitos dos nossos entes queridos já praticaram o suicídio em outras encarnações e voltam para cumprir a tarefa pendente. Mas carregam dores que não conseguem superar e não seguem adiante, desistindo. Outros angariaram tantos desafetos com atitudes intempestivas e estes o assediam, induzindo-os ao suicídio. Muitos são, portanto, os porquês de fugirem da vida.
Como passar por isso depois de 12 anos de dedicação por um filho do coração? Passado três meses é somente pela misericórdia divina que não nos desampara, que temos tido condição de tudo suportar, pois Deus não nos dá um fardo sem termos condições de carregá-lo. Isso não quer dizer que reencarnamos para que alguém seja nosso filho e em determinado momento retire-se da vida porque não aguentou mais. São as escolhas, as contingências... Não deveria ser assim. Não foi escrito. Havia, apenas, talvez, a possibilidade de terminar assim.
A Doutrina Espírita nos esclarece que o medo da morte é uma providência divina para que não saiamos dela com facilidade. Então, aquele que busca a aparente solução dos seus problemas mediante o suicídio, possui uma profunda dor e merecerá de nós que o amemos muito.
Que as nossas vibrações de amor o alcancem. Que os espíritos amigos os ampare e sustente na retomada da sua caminhada evolutiva. E não nos esqueçamos: se sua partida nos faz sofrer por ser um ente querido e próximo, ele é, antes de ter um grau de parentesco conosco, um filho do Criador, merecedor de todo nosso amparo e amor.
domingo, 6 de janeiro de 2013
Depoimento de uma sobrevivente
Um depoimento espontâneo de um familiar sobrevivente de suicídio nos chegou por via do Suicídio: conhecer para prevenir (http://conhecerparaprevenir.blogspot.com.br/).
Como este blog tornou-se um espaço de convivência e troca, publicaremos depoimentos como este e outros, sempre que possível.
Inexplicável é a dor da família de um suicida, o sofrimento parece uma fratura exposta que sangra a todo momento.
Busca-se constantemente entender algo que parece surreal.
Meu companheiro suicidou-se há alguns meses. Para mim ele morreu hoje, a dor é a mesma que senti quando atendi aquele telefonema que destruiu minha vida.
Eu que sempre tive projetos,sonhos, me vejo todos os dias catando meus cacos que ficaram pelo caminho.
É muito difícil e às vezes me falta força para pensar em seguir, é como se eu estivesse vagando pela vida, sem rumo, sem futuro.
Me sinto numa montanha russa emocional, não sei descrever meus sentimento. Em um dia a dor me paralisa, me cega, no outro peço a Deus que me ajude a conviver com essa dor, já que desistir de entender que algo tão absurdo como esse aconteceu, já desisti de buscar respostas, simplesmente elas não existem...
Aceitar? Impossível.
Meus sentimentos a você e sua família, de alguém que sabe o que estão passando, queria dizer que "tudo isso vai passar" e o "tempo vai curar", frases feitas que escutei e escuto todos os dias, mas não seria verdade.
Conselho? Tentem sobreviver, vivendo um dia de cada vez.
Como este blog tornou-se um espaço de convivência e troca, publicaremos depoimentos como este e outros, sempre que possível.
Inexplicável é a dor da família de um suicida, o sofrimento parece uma fratura exposta que sangra a todo momento.
Busca-se constantemente entender algo que parece surreal.
Meu companheiro suicidou-se há alguns meses. Para mim ele morreu hoje, a dor é a mesma que senti quando atendi aquele telefonema que destruiu minha vida.
Eu que sempre tive projetos,sonhos, me vejo todos os dias catando meus cacos que ficaram pelo caminho.
É muito difícil e às vezes me falta força para pensar em seguir, é como se eu estivesse vagando pela vida, sem rumo, sem futuro.
Me sinto numa montanha russa emocional, não sei descrever meus sentimento. Em um dia a dor me paralisa, me cega, no outro peço a Deus que me ajude a conviver com essa dor, já que desistir de entender que algo tão absurdo como esse aconteceu, já desisti de buscar respostas, simplesmente elas não existem...
Aceitar? Impossível.
Meus sentimentos a você e sua família, de alguém que sabe o que estão passando, queria dizer que "tudo isso vai passar" e o "tempo vai curar", frases feitas que escutei e escuto todos os dias, mas não seria verdade.
Conselho? Tentem sobreviver, vivendo um dia de cada vez.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Um apelo em favor da vida
Um tio sobrevivente e seu apelo
Cheguei a essa página procurando orientações para o luto que vivencio, juntamente com minha família. Meu sobrinho, filho da minha irmã, se suicidou há 5 dias.
Meu sofrimento é atroz, por ver minha irmã sofrer tanto, por eu mesmo estar sofrendo e pelo sofrimento da minha mãe (avó dele, que sofre duas vezes, por perder o neto e por ver o sofrimento da filha).
E logo no primeiro comentário, de 2011, vejo uma postagem de alguém que pretendia se matar. Espero que não tenha cometido esse ato.
Estou deixando esse post aqui apenas para que, se alguém estiver pensando em suicidar-se, eu imploro, não o faça. Tenha calma, sua dor vai passar. Procure ajuda, grite por ajuda, tente por favor, não cometer esse terrível ato. A dor de quem fica é atroz, pungente, inexplicável. Meu pai já faleceu, e nem a morte do meu pai foi tão terrível de suportar como está sendo a morte do meu sobrinho. O ato do suicida pode ao seu modo de ver, aplacar o sofrimento que este sente, mas destrói as pessoas que ficam de uma tal maneira que jamais pensei ser igual.
Por favor, se estiver pensando nisso, não o faça, eu imploro. Pense nos outros. Tenha compaixão. A compaixão, o perdão, o amor tem uma função gigantesca: não deixará ninguém sofrer e aplacará a própria dor que você sente agora, fazendo tudo melhorar. É o caminho pra cessar tua dor.
O suicídio só multiplica a dor no mundo.
Paz no coração de todos...
terça-feira, 15 de março de 2011
Luto (xi)
O luto e o modo saudável de auxiliar os sobreviventes de suicídio
Como se pode ajudar?
Os amigos e a família de alguém que se suicidou não deve sofrer sozinhos e em silêncio. Como meio de ajudá-los pode-se tentar juntar outras pessoas, que saibam acolher e ouvir, para que eles atravessem o período de luto e dor bem acompanhados, de modo a amenizar o trauma.
A experiência da dor do luto tem origem no amor que temos pelas pessoas. Os sobreviventes de suicídio passarão por esta experiência e precisam mesmo vivenciar o luto. É importante lembrar, no entanto, que a tarefa de auxiliá-los em sua recuperação não é fácil. Você poderá ter que dispor de mais tempo, de mais carinho e atenção. Mas tudo isso valerá a pena, pode acreditar!
quarta-feira, 9 de março de 2011
Luto (x)
O luto e o modo saudável de auxiliar os sobreviventes de suicídio
Como se pode ajudar?
Respeite a fé e a espiritualidade
Os sobreviventes poderão, em algum momento, comentar sobre seus sentimentos de fé e espiritualidade. Se a fé faz parte da vida deles deixe-os expressar isso da maneira que achar mais correta. Se eles estiverem indignados com Deus, encoraje-os a falar sobre o assunto. Lembre-se que ter raiva, mesmo que dirigida à divindade, demonstra haver um vínculo com o sagrado. Não faça julgamentos, seja um amigo compreensivo e atencioso.
Os sobreviventes podem também questionar a própria religião, por sentirem que a mesma afetou negativamente suas vidas. Pode ter lhes sido ensinado que as pessoas que acabam com a sua própria vida irão para o inferno. A sua tarefa não é debater teologia, mas ouvir e aprender. Em qualquer situação a sua presença e o seu desejo de escutar sem críticas são o meio mais seguro de auxiliar.
segunda-feira, 7 de março de 2011
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